quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Cap. XII

Conde Carcot encontra-se agora no toalete, enxaguando a boca e lavando o rosto, primeiro, para tirar o gosto estranho de plástico da boca, segundo, tentar tirar a zonzeira de sua cabeça. Aproveita a estadia para dar uma boa mijada e refletir um pouco sobre o assunto que teve com o velho mago; logicamente não chega a conclusão nenhuma, acaba de mijar, puxa a descarga e sai, vai à pia, lava as mãos, enxuga-as no papel toalha, se olha no espelho, dá uma tapa na juba e faz uma pose de galã de cinema (tipo John Travolta em “Os Embalos de Sábado à Noite”), ajeita a lapela e diz para si:
- Naced, tu é gostoso pra caralho! Se eu fosse mulher, eu dava pra mim mesmo! - E sai do banheiro todo renovado e fazendo passinhos de dança, com direito a paradinhas e saltinhos (imaginem Adam Sandler no filme “Zohan”).
Já no salão, dá de cara com Príncipe Bichop, que estava exasperado pela demora de Naced.
- Ai ai, Naced, onde tu estavas que não chegavas logo? O Coronel Igor falou-me que virias rápido. Mas que?! Se demoras mais um pouco eu iria parir um filho de Matusalém! – E com esse dito popular (bom, naquela época era um dito muito comum), Bichop pega-o pela mão e o puxa dizendo:
- Caro Conde, agora vou segurá-lo para que não fujas mais de mim, e dessa vez não terás mais desculpas para adiar a apresentação!
Carcot, vendo-se sem saída, apenas deixou o príncipe afrescalhado guiá-lo até a pessoa que ele cismou que tinha de lhe apresentar.
Durante a caminhada entre as pessoas do salão de festas, Príncipe Bichop dá uma parada repentina e fala com um tom de ternura:
- Mamãe! Olha, mamãe! Quero lhe apresentar a um amigo meu.
A rainha retribuiu o sentimento de ternura ao filho com sorriso angelical, mas perdeu sorriso e, com ar de espanto, olha para as mãos dos dois, que estavam unidas. Olha para o rapaz e fica mais assustada ainda, e fala em tom de decepção:
- Naced, o que faz aqui, e de mãos dadas com meu filho? Eu não sabia que gostavas de... de... bem, chutar com os dois pés!
Naced, naquela situação estranha, encontrava-se mais assombrado que a própria rainha e tenta corrigir aquele mal entendido flagra:
- Ah! Rainha Broockceta, não é o nada disso que estás pensando. Apenas o príncipe, em sua euforia, pegou-me pela mão para trazer-me à sua presença para apresentar-me à Vossa Alteza. Não és mesmo, Bichop?!
Bichop, percebendo o mal jeito, concordou e ainda consertou o que Naced havia dito:
- Claro! É isso mesmo. Só que não era para apresentá-lo à minha mamãe. Aliás, pelo jeito, vocês dois já se conhecem, ou é impressão minha?
A Rainha Broockceta então responde ao filho:
- Ah, sim, sim! Já nos conhecemos; foi numa viagem de negócios do seu pai. Fomos as terras de Tea Pay Gay D’Quattro; maravilhoso condado, chás deliciosos e exuberantes. Lá conhecemos o jovem Conde Naced Carcot. Lembra-se, conde?
Conde Carcot, com o olhar meio perdido e sem graça, responde:
- Claro que me lembro, Majestade; foram tardes... maravilhosas!
Bichop olha para os dois, sem entender bulhufas, atravessa na conversa e diz:
- Tá tá tá! Os dois já se conhecem, então tá bão... só que não eras a minha mamãe que eu gostaria de lhe apresentar! Se nos dá licença, mamãe, irei levá-lo até a pessoa que o espera. Ah! Só mais uma coisinha: o que quiseste dizer com “Chutar com os dois pés”?
A rainha, um tanto sem jeito, responde ao príncipe:
- Nada não, meu filho, bobagem da mamãe. Podes ir com seu amigo agora.
E Bichop sai arrastando Naced pelo salão. O conde, sendo arrastado, olha para trás e vê a rainha parada com cara de boas recordações.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Cápitulo XI

Logo após o ritual de confraternização consigo mesmo e ter entrado em estado espiritual, digamos quase que zen, nosso heróico protagonista, conde Naced, agora muito mais relax, e bota relax nisso, entrega para Igor uma generosa bagara e com uma cara de pateta e um sorriso paralítico, ele fala:
-Aí Igor, vai com calma no barato, tu tá ligado que essa "pantera" é da boa... Bem, agora eu vou bater um rango que eu tô na maior larica!!!
E Igor concorda com ele e ainda lhe lembra:
-Tá certo meu rei, eu vô divagar na filina, bem divagazinho... Mas óia, num isquecí de ir falar cum o príncipi...
E Carcot balança a cabeça positivamente e responde:
-Tranquiliza amigão, tô pra lá de juquiá, mas não esqueci da minha responsa, só que antes tenho que remasterizar, por isso vou comer alguma coisa, valeu Igor, até mais camarada!!
E Igor, sapecando a bituca, prende a respiração e se despede do Conde:
-Inté mais meu rei!!!
Carcot entra no salão meio cambalente, com a visão um tanto turva consegue identificar a mesa do banquete, se encosta nela, puxa uma cadeira e começa a devorar tudo o que vê pela frente, enquanto saboreia as delícias da festa ele vai pensando:
-"...filho de uma xóla larga, tudo culpa daquele mago idiota, eu estava de boa, até ele aparecer e me botar a maior neurose... Haa, ainda bem que agora tá passando o efeito da parada, foi só eu me alimentar um pouco que já melhorou!!!"
Nesse instante, o conde sente alguém lhe bater suavemente no ombro, Naced vira-se e vê o garçom, que em um sorriso simpático lhe diz:
-Me desculpe Sir, mas tenho que lhe informar que as flores são para enfeitar as mesas, e não para comê-las...
Foi então que Naced se deu conta que estava com um buquê de margaridas em suas mãos, e já estavam parcialmente devoradas. Um tanto sem graça, com uma cara de estúpido, ele tenta dar uma desculpa daquelas bem disfarçadas e esfarrapadas:
-Ah, não se preocupes meu bom rapaz, de onde venho nós temos o hábito de comer flores, é ótimo para uma boa digestão...
O garçom então fica com ar de curioso e lhe faz uma indagação:
-É mesmo Sir? Mas... Até mesmo essas de plástico?
E Naced demonstra o famoso feitio de quem se fodeu, mas para não perder o rebolado responde:
-De plástico... Claro, claro, as flores de plástico são as melhores, pois saibas você que além de ajudar na digestão, na hora que se vai cagar, a merda já sai ensacada, entendeu?? plástico, merda ensacada... Essa foi boa...hahahahhahahahhaha!
Percebendo que o garçom continuou sério, Naced se levanta pede licença e se retira, pois já havia percebido que tinha tomado no cú mesmo, o mais sensato era sair fora o mais rápido possível.
"O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE:FUMAR MACONHA É PREJUDICIAL À SAÚDE E A MENTE... Lembre-se do caso do homem que usou maconha durante 30 anos, e nos últimos 10 anos de tanto se entorpecer já se encontrava tendo relações sexuais com a própria sogra. Hoje, livre da droga, ele é pastor evangélico e palestrante, e em suas palestras contra as drogas ele começa dizendo:
-"Durante 30 anos fumei maconha, mas fumei tanto, tanto, tanto, que nos últimos anos antes de parar, cheguei ao ponto de comer merda..."

To be continued...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Cap X pt. 2

Antes de começar, Iaba pensou em fazer alguns rodeios e usar muitas metáforas...
- Tu me perguntas o que eu quero de ti e lhe faço a mesma pergunta... o que queres tu de ti mesmo? Sabes vós como será o mundo dentro de alguns séculos? Não sabes agora, mas teus olhos verão no meio da escuridão a claridade de uma luz... uma luz que não poderás mais sentir seu calor...
Carcot, já um tanto nervoso, interrompe o velho mago:
- Mas... mas... mas que bostaria toda é essa que estás a me dizer, será que não dá pra ir direto ao assunto?
Iaba dá uma pausa, dá uma pequena pigarreada e continua, agora indo mais direto ao assunto:
- Bem, bem, bem... muito bem, meu caro conde. Saiba que à partir desta noite toda a sua vida será modificada. Seu futuro não será mais o mesmo após esta noite, pois irá conhecer alguém, que não posso revelar, que ajudará nessa mudança radical. Mas não se assuste, se souber lidar com a situação, saberás tirar bom proveito dessa transformação, e até vos digo... teu nome será eternizado num livro virtual. É claro, isso só lá pro século 21 em diante. Ah! Antes que eu me esqueça, a pessoa que irás conhecer, parece ser o que queres, mas não é aquilo que pesas, portanto, muito cuidado nas próximas horas!!!
Após toda essa falação, o mago faz uma montoeira de gesticulações, diz uns abracadabras muitos dos fajutos e... não acontece nada! Percebendo que não conseguiu nenhum efeito especial para uma saída clássica, do tipo fumaça colorida, explosão ou algumas estrelinhas, meio sem graça, mas sem perder a pose, diz um simples mas retumbante “Boa Noite” no mais clássico estilo Cid Moreira e sai de cena, tão enigmático como sua aparição.
Carcot, recostado na mureta do terraço, fica a ver o velho mago afastar-se e sumir no meio da multidão que se encontrava dentro do salão de festas do castelo de Molly Kingdown... agora sozinho, passa a refletir sobre tudo aquilo que ouviu...
- Puta merda, “será o Benedito ou o pai dele?” Só me aparece malucos! Mas, analisando melhor o assunto, como é que esse feiticeiro, mago ou sei lá o que conseguiu ler meus pensamentos e como ele soube do meu caso com a...?
Nesse instante, Naced é interrompido por uma voz já bem conhecida por ele. Não só a voz, mas o sotaque muito característico:
- Ôooo sinhô Condi, o sinhô ta aí, meu rei?
Sim... era ele mesmo... Igor Quasiúmido, o corcunda dançarino. Ele estava procurando conde Carcot para dar-lhe um recado.
- Pois tu num sabi que tava ti preocurando pra ti dá um recado do príncipe Bichona...?
Nesse momento, Naced lhe interrompe para corrigi-lo:
- Queres dizer Príncipe Bichop, não é, meu caro?
E o corcunda, com uma cara de cú melado, diz à Naced:
- Hã... sim, sim, é craro... Bichop. É queu mi confundi, num sabi? Afinar, o príncipe é tão inducado que inté parece qui tem outro nomi. Mas dexa pra lá... bão, o recado que tenho pra tu é que o príncipe qué que vóis mecê vá falá cim ele e é pra já!
Fodeu!
Como se não bastasse aparecer o mago metido a profeta, agora o viadinho do príncipe está cobrando a prosa que Naced ficou lhe devendo. O conde esfrega a mão nervosamente no rosto, pensa, respira fundo e fala para Igor:
- Está bem. Avise a vossa alteza que dentro de alguns minutos irei confabular com ele!
O corcunda percebe algo errado com nosso herói e pergunta:
- Argum pobrema, meu rei?
Naced respira fundo e pensa em dizer “Pobrema quem tem és tu, ô corcunda burro, aliás, tu deves ter todos os pobremas do mundo”, mas achou melhor não descontar suas neuras no pobre Igor, e lhe deu outra resposta:
- Não, nenhum problema, eu só estou um pouco exaltado e vou dar uma relaxada aqui fora; irei dar um “tapa na pantera” pra dar uma descontraída, depois irei falar com o príncipe.
Ao ouvir isso, o corcunda olha desconfiado para um lado, olha para o outro e fala em voz baixa:
- Huuuum... isso é muito do bão, meu rei, si por um acaso sobrá um ponta do rabo, seria possível arranjar pra mim?
Corcot olha com ar de surpresa para Quasiúmido, afinal de contas ele era um militar aposentado, mas enfim...
- Claro, meu amigo – disse Naced -, aliás, irá sobrar mais do que um rabo da ponteira que tenho comigo, vai dar para vós se divertir por um bom período de tempo!
Igor, todo radiante e sorridente, sai para dizer ao príncipe o recado de Naced, mas antes de ir ele diz:
- Ta bão, meu rei, eu vô avisá vossa arteza, mais num esqueça di deixá a parada comigo antis do próximo capítulho, certu?
Carcot, já com a pantera em brasa, responde com o fôlego travado:
- Podes crer... só... podes crer, mermão! Quando tu voltar o lance vai estar na tua mão... só...

E dessa forma terminamos mais um capítulo. E descobrimos que naquela época os nobres e os soldados das forças armadas real curtiam algo mais... além de cheirar rapé!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Cap X pt. 1

Após a saida, ou se preferir, a fuga magistral do Barão de Gorgonzola, Naced ficara sem jeito e sem desculpas para dar um perdido em Iaba, e, antes de dissesse alguma coisa, Iaba já se prontificou a consertar o mal entendido dizendo:
- Desculpe-me, Conde, acredito que falei tão rápido que vosso amigo interpretou de forma errônea, mas se me permitir, retificarei este erro.
Logo ao ouvir essas palavras, Carcot se aliviara e, mais tranquilo agora, diz ao mago:
- Mas é óbvio que quero que vós se expliques melhor, pode começar a falar.
E o mago com olhar de desaprovação, sacode a cabeça em sentido negativo, ajeita o chapéu pontudo, dá uma leve esticada na longa barba branca e começa a falar:
- Bom, em primeiro lugar, senhor conde, meu nome não é Iago, e sim Iaba. Em segundo lugar, não sou um mágico, mas sim um mago, pois faço parte do pacto dos antigos sacerdotes persas, e fui honrado com o titulo honorifico de Sir por nosso valoroso rei Cornélius de Paul Molly, será que agora estou me explicando bem?
Naced estava atento a todas as palavras do velho mago e lhe pede que prossiga... E Iaba prontamente prossegue em sua narrativa:
- Muito bem, em terceiro lugar, se me permite a rudeza, bichona velha é a puta que pariu o vosso amigo. Em quarto lugar, eu, como mago, posso sim prever o futuro. Aaah, e antes que me esqueça, se quiseres arranjar um jeitinho de sair fora de nossa conversa, esteja a vontade, mas ficar a pensar que sou um velhote "trelelé"... Hãn, isso eu não admito!
Ao ouvir aquilo, nosso herói arregalou os olhos de tanto espanto, e antes que pudesse perguntar algo, o mago já lhe foi respondendo:
- É isso mesmo, meu caro conde, eu, sir Mago Iaba Byshadha, também leio pensamentos e sei muito bem o que rolou entre vós e uma certa mileide da corte real em vossa terra há um certo periodo de tempo atrás.
Dito tudo isso, Naced ficara pasmo e paralisado, nunca conhecera ninguém com tais poderes, até mesmo o caso amoroso que tivera com uma certa mulher da realeza ele sabia. Mas como? Nunca falara sobre isso com ninguém, e ela com certeza também não falaria. Nesse instante, Iaba põe a mao sobre seu ombro e diz:
- Bom, bom, bom, agora que nos entendemos, vamos até a varanda, pois sinto que necessitas de um pouco de ar puro para arejar os pensamentos. E não te preocupes, não tenho o menor interesse em lhe chantagear.
Incrível! Até aquilo aquele mágico filho da puta conseguiu ler de sua cabeça.
- Já falei, não sou mágico, e filho da puta é vossa excelência!
Melhor Carcot não pensar mais nada, quando chegar no terraço, ele faz as indagações necessárias ao sir Iaba.
Ao chegarem ao enorme terraço do palácio real, Naced debruçou-se sobre a amureta, ainda chocado com tudo aquilo que ouvira do mago, respira fundo, como se pegasse um pouco de coragem, e pergunta ao mago Iaba:
- Tudo bem, mago, já sei que sabes do meu passado, que lê pensamentos, vê as horas numa ampulheta e não quer me chantagear, então te pergunto, que diabos queres comigo, afinal?
Iaba, percebendo a preocupação de Naced, fala a ele com voz suavizada para acalmá-lo. Mas, sabia ele que o que tinha para lhe revelar era aterrorizante.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Cap IX

No capítulo anterior, descobrimos que o corcunda maltrapilho, Igor Quasiúmido, não era maltrapilho coisa nenhuma, e sim, se tratava de um coronel aposentado das forças armadas de Lorde de Good End, descobrimos, também, que ele era um exímio dançarino de For All e professor de dança de um antepassado do magnífico Michael Jackson, que, diga-se de passagem, seu ancestral, pelo jeito, não dançava porra nenhuma. E,o que nos deixa mais pasmos, descobrimos que naquela época já existiam pessoas que tinham o mal hábito de fazerem previsões ruins para o futuro, como por exemplo, o nosso Barão de Gorgonzola, que previu que o For All ia dominar, de certa forma, o mundo inteiro. Bom, se o For All for um parente muito antigo do Forró, infelizmente o Barão acertou em sua profecia.
E por falar em profecias, previsões, adivinhações e uma montoeira de besteiras esotéricas desse tipo, você, leitor (a) desse virtual book, adivinha quem o nosso protagonista, Naced, acabou conhecendo na festa do castelo real de Molly Kingdown?
Não conseguiu adivinhar, né?
Pois eu vou lhe revelar!
O Conde Naced conheceu o grande mago da era pós-medieval... isso mesmo, ele conheceu, nada mais, nada menos, que o grande Iaba, aliás, SIR Mago Iaba! É, agora Mago Iaba ganhou o título honorífico de SIR.
Bem, eles se conheceram da seguinte forma:
Passando pelo salão de festas, abarrotado de pessoas, que agora j´[a não bailavam a merda do For All, mas sim um som muito melhor, que de passagem lembrava o nosso bom e velho Rock and Roll, Naced e Gorgonzola, é, eles mesmos, começaram a se chacoalhar e sacudir a cabeça, como se reverenciassem todos os Deuses da Rock Music, principalmente o primeiro roqueiro do mundo, o Beto, conhecido como Amadeus Strauss Beethoven, que estava regendo a Orquestra Filarmônica de Molly Kingdown! Naced não agüenta e grita a todos os pulmões:
- É isso aí, Beto! Não pára não! Bota pra fodê, bota pra fodê! – Vira-se para o Barão e diz todo eufórico – E então, caro Barão, ainda acha que aquela porcaria de For All vai fazer frente a esse tipo de música?
E o Barão de Gorgonzola, que ainda se encontrava se saculejando ao som do Beto, dá uma parada, se ajeita, enxuga o suor da testa e responde:
- É... devo admitir que por mais que o For All tente, nunca chegará aos pés da música de Beto e de seu discípulos do Rock And Roll! Mas, caríssimo amigo, vamos logo ao terraço , pois preciso me recompor; após esse agito todo estou necessitado de um pouco de ar.
Conde Carcot ri e diz ao amigo barão:
- É... o digníssimo companheiro está ficando velho para essas agitações!
Gorgonzola, ao ouvir aquela piadinha, lhe responde prontamente:
- Meu amigo, ninguém é velho o suficiente para curtir boa música, apenas me encontro cansado. E então, vamos ao terraço ou não?
Naced, então, decide acompanhar o amigo até lá fora, para pegar um pouco de ar fresco. Foi nesse instante então que ele, ao virar-se, deu um encontrão com aquele sujeito estranho. Era um senhor alto, de barbas longas e branca, vestido de uma túnica azul escura e chapéu pontudo. Carcot, ao trombar com tal sujeito, pede-lhe desculpas, e qual não foi sua surpresa, quando o velhinho lhe disse:
- Não de desculpe, Conde Carcot, pois esse incidente não foi por acaso... já estava previsto que nos encontraríamos nessa festa nesse exato momento!
Naced de surpreende mais ainda e fala em tom de assustado:
- Não compreendo; eu não lhe conheço, como sabes meu nome e como sabes que nos encontraríamos neste exato momento?
O Mago dá um sorriso brando e lhe responde:
- Meu caro, não espero que acredites em mim, mas lhe peço que ouças com a atenção... eu prevejo o futuro. E previ que nos conheceríamos hoje no castelo de Molly Kingdown, e seria às 9:37 hs, e como podes ver em minha ampulheta, a areia marca exatamente 9:38 hs, pois já se passou um minuto desde quando demos o encontrão.
Carcot olha para ampulheta do mago, tentando entender, sem sucesso, como ele sabia que era aquela hora, afinal de contas, aquele objeto de vidro com areia dentro não dva para identificar as horas, enfim, naquela época não existia nada que desse para saber as horas, aliás, não existia nem relógio e nem tinham a menor idéia do que queria dizer nove horas e trinta e oito minutos. Para todos os efeitos, 937 e 938 vão servir de então para jogar no bicho, pois são duas centenas muito interessantes... Bom, voltando ao que interessa, o velho mago continua falando:
- Deixes que eu me apresente; meu nome é Iaba Byshadha, conhecido como o Grande Mago Iaba, ou simplesmente, SIR Mago Iaba, será que estou me fazendo entender facilmente?
Tanto Naced quanto o Barão, estavam basbacados e perplexos diante daquele sujeito idoso, e, aparentemente, meio gagá, e acham melhor não contrariá-lo. Então o Barão responde, um tanto sem graça, porém educadamente:
- Claro, claro que entendemos! Bem, pelo que entendemos, seu nome é Iago, sua profissão é mágico e está se assumindo bichona! Aliás, se me permites dizer, uma bichona velha! Pois digo-te meu caro Iago, eu não tenho muito interesse em ver vossas mágicas, mas tenho certeza que meu amigo Naced, terás o maior prazer em apreciar vossos truques. Com vossas licenças, irei me retirar!
E com essas palavras ditas, nosso querido Barão de Gorgonzola dá aquela famosa saída à francesa, deixando nosso herói à sua própria sorte... junto com aquele, aparentemente maluco, SIR Mago Iaba.

E agora, o que acontecerá?
Será que Mago Iaba é mesmo uma bichona velha?
Será que Iaba fará o velho truque da cobra sumir?
Será que Naced irá querer ver sua cobra desaparecer? Afinal de contas, essa mágica é velha nos tempo de hoje, mas no século 17 era um truque novo, ou não muito praticado!
Para todas essas e outra respostas, você não pode perder o próximo e emocionante capítulo!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Cap VIII

Bom... Após ficarem com caras de estúpidos e constrangidos com as broncas e fanfarrice que o Príncipe Bicho lhes dera, mas em Gorgonzola que em Naced, todos acabaram se entendendo e no final ficou tudo bem.
E, obviamente, não puderam evitar que o herdeiro real lhes apresentassem seus amiguinhos, como por exemplo:
Zerjo e sua esposa Dora, Tikeru, Zuddo e a belíssima Pattina, sabendo-se que todos vieram de longínquos lugares para prestigiar o festejo do Reino de Molly Kingdown.
Conde Zerjo de Leváttora e sua digníssima esposa, a condessa Dora Leváttora, vieram da Russiânia, do condado de Levéttora, terra das grandes Árvores.
Duque Tikeru Sent’Anna Vara, da Japônia, país mais ao Oriente; Muitos conhecem pelo cognome patético de “A Terra do Sol Rosado”.
Almirante Zuddo Porp’Icka, da Boyolônia, país báltico, recém descoberto pelo capitão Cristóvão Colomboyolla, o mesmo que descobriu as novas terras da América.
Viscondessa Pattina de Biccu L’Argo, a linda e desejada mulher do país de Botinnone, hoje conhecido como Itália. Apesar de ser lindíssima, ela parece não se interessar muito pelos homens, o que deixou nosso herói muito aborrecido, pois logo após conhecê-la, tentou uma conquista, e qual não foi sua surpresa, quando Pattina lhe disse ao pé-da-orelha que, a fruta que ele tinha não lhe agradava nem o suco, mas fruta que ele gostava, ela lambia até o último caldo. Logicamente, pro bom entendedor, meia palavra basta! E Naced, um tanto sem jeito, sugere ao Barão de Gorgonzola que saiam para tomar um ar fresco, mas Bichop lhes segura dizendo:
- Mas vão sair agora?! Logo agora que eu ia lhe apresentar uma pessoa muito especial.
Carcot, intrigado, e também um tanto suspeitando das intenções de Bicho – pois até então o príncipe herdeiro só lhes apresentara pessoas um tanto, por falta de outra palavra, peculiares -, pergunta ao herdeiro da coroa:
- E quem seria essa personalidade tão especial, Alteza, que gostaria de conhecer um humilde Conde?
Bichop dá uma risadinha enigmática e diz:
- Não posso lhe dizer queridinho, mas posso dizer-te que essa pessoa ficou muito curiosa em saber quem tu eras, pois quando entraste no salão, ela ficou muito empolgada com tua formosura.
Sugismund, percebendo a cara do amigo, e notando uma mistura de curiosidade e aflição que lhe estampava o rosto, dá uma pigarreada e vai ao auxílio do amigo, dando esta desculpa:
- Milord, sei que estás ansioso para apresentar Conde Carcot a ilustríssima persona, mas peço-lhe que deixes para mais adiante, pois, se vós não se incomodares, o conde e eu temos de resolver alguns negócios referentes a trabalho e terras.
Bichop faz uma carinha de triste, faz beicinho, dá uma desmunhecada, põe as mãos na cintura e fala em um tom de chateação:
- Ai, ai, ai, magoei... Homens; sempre conversando de trabalho, negócios, futebol, dinheiro e... BLAGHH! Mulheres! Vocês estão numa festa! Alô Alô! Acordem; vocês estão aqui para se divertirem, não para falarem de negócios!
Gorgonzola e Naced se entreolham, e Naced reforça as desculpas do Barão:
- Sentimos muito, Alteza, mas é uma conversa inadiável. Prometo que, assim que terminarmos, irei prontamente procura-lo para que me apresente à pessoa que deseja me conhecer.
O príncipe, meio a contragosto, aceita as desculpas dos dois, dá um aceninho e dirige-se aos seus convidados, mas, repentinamente, vira-se e diz a Naced:
- Tudo bem, querido, mas assim que terminares a confabulação, me compareça; tenho certeza de que não haverá arrependimento de tua parte!
E retorna novamente aos seus amigos, que o aguardavam alegremente.
Naced solta um suspiro prolongado de alívio e fala ao Barão:
- Agradeço-te, amigo. Eu não sabia como me sair dessa enrascada!
Não precisas agradecer – diz o Barão – amigo é pra essa coisas; mas, como sugeriste a algum tempo, vamos até o terraço pegar um pouco de ar e torcer para que sua Alteza se entretenha e se esqueças de ti.
E Carcot, levantando o olhar para cima, como se fosse apegado aos milagres dos céus, responde:
- Deus te ouça, Barão! Deus te ouça!
E enquanto os dois se encaminhavam ao terraço, Naced se assusta ao olhar pro salão e ver uma estranha figura se requebrando todo, e uma outra, não menos estranha, tentando imitar aquele, também estranho, remelexo. Ele ri e faz uma observação irônica:
- Caraco! O que é aquilo, um gárgula tendo ataque epilético e uma múmia com acesso de cãibras no meio do salão?
O Barão olha na direção do evento indicado por Naced, avalia, e diz ao amigo:
- Ah! Não, meu caro Conde! Aquele “Gárgula” é o coronel Igor Quasiúmido, ele está dançando, e, pelo jeito, está tentando ensinar alguns passos ao pé-de-chumbo do Marquês...
E antes de Gorgonzola terminasse a explicação, Naced o interrompe com o maior ar de surpresa:
- Igor Quasiúmido... Coronel Igor Quasiúmido?! Não é possível... e eu que pensei...
E Naced pára de falar, como se dissesse a si, “e eu que não acreditei em suas palavras”, e dá um leve sorriso como se risse de si mesmo. O Barão, percebendo que Naced estava mais surpreso que antes, pergunta:
- Por um acaso, o amigo conheceu o Coronel Quasiúmido?
E Carcot lhe responde informalmente:
- Sim, conheci. Mas não imaginei que fosses estar aqui na festa, nem tampouco fosses um coronel, mas diga-me, o outro, quem é?
Sugismund, retornando à explicativa, relata ao amigo quem era a tal “múmia” que tentava dançar os passos de Igor:
- Ah! Sim! Aquele pé-de-concreto que está tentando fazer alguns passos de dança, diga-se de passagem, sem sucesso, é o Marquês Jack Michaelson.
E continua o Barão a desmerecer o dançarino que continuava a se esforçar, incansavelmente, a aprender aqueles passos ridículos do corcunda Igor:
- Coitado! Por mais que se esforce, jamais conseguirá se igualar a leveza magistral do Coronel, que, aliás, é o único por essas redondezas que sabe dançar o For All!
Naced se surpreende mais uma vez, e fala num tom de estranhesa:
- For All? Que merda é essa, que nunca ouvi falar?
Agora quem fica surpreso é o Barão, que responde de forma de quem entende:
- Meu caro, For All é um movimente cultural da Paraibânia, em forma de música e dança, que devo dizer-te que predominará o mundo inteiro.
Naced ri, e diz com desdenho ao amigo barão:
- Me desculpe, Barão, mas essa bosta que eu estou vendo, nunca fará sucesso à ponto de predominar o mundo!
Gorgonzola pensa, repensa e fala com certa autoridade:
- Tu verás, tu verás, meu caro conde, tu verás!

domingo, 13 de setembro de 2009

Cap VII

Enquanto os dois companheiros, o Barão de Gorgonzola e Conde Naced, bebericam em suas taças de vinho e se divertem ao lembrarem das histórias dos apelidos – digamos, sensuais -, uma vozinha melosa, um tanto molenga, nem muito fina nem muito grossa, lhes chama a atenção:
- Meus queridos; Barão Sugismund de Gorgonzola e o maravilhosérrimo Conde Naced Carcot de Me Pay Gay d’Quattro... Ah! Me desculpe... aliás, das terras de Tea Pay Gay d’Quattro... És um gozo prazeroso tê-los em meu modesto castelo!
Qual não foi a surpresa, ao olharem à suas frentes e verem aquela figura: alto, magro, peruca loura encaracolada, paletozinho rosa, um babado enorme no colarinho e nos punhos, calça também rosa, até a altura dos joelhos, meias brancas, sapatos rosa-choque com lacinho, sem falar na montoeira de brilhos e lantejoulas – parecia o Clóvis Bornai numa fantasia de destaque de escola de samba. Só que não era o Clóvis Bornai, nem tampouco uma Drag Queen renascentista, mas sim, sua alteza, o Príncipe Herdeiro, Bichop de Paul Molly.
Na realidade, nenhum dos dois estava esperando aquela aparição repentina, mas já que surgira, o mais correto era serem o mais polidos possível.
- Majestade, o prazer é todo meu de ter sido convidado a este festejo – digno de vossa alteza, diga-se de passagem! – disse o Barão Sugismund, fazendo uma reverência respeitosa diante do príncipe Bichop.
- E eu faço das palavras do Barão as minhas, majestade. – Reforçou Naced, também reverenciando o herdeiro da coroa.
Príncipe Bicho, como se sabia, adorava ser bajulado, e já com a face um tanto corada, diz aos convidados, logicamente com uma modesta bastante falsificada:
- Que é isso cavalheiros? Isso é apenas uma humilde festinha de boas vindas; nada que alguns milhõezinhos de dobrões não possa pagar – e continuou a falar o príncipe –, mas, mudando de assunto, há muito não o vejo, Naced. Desde o tempo do colegial, nunca mais o vi aqui no palácio; o que tens feito na vida? – Perguntava o príncipe, todo eufórico, e Naced responde pausadamente:
- Calma alteza, vamos devagar... Bom, primeiro, após concluir o colegial, fiquei a tomar conta das terras da família e dos negócios de chá, pois meu pai entrava-se muito debilitado, e logo veio a falecer. Bem, quanto a nunca ter vindo ao palácio, digamos que nunca houve um convite antes desse evento que hoje ocorre. Enfim, minha vida se resume aos negócios da família – vendas e exportações de vários tipos de chás –, e nos tempos livres, pegar a mulherada, sacumé? Ninguém é de ferro, certo?
Após a narrativa de curta metragem sobre a vida de nosso protagonista, Bicho sente-se no dever de retratar-se e, ao mesmo tempo, aborrecer-se com nosso herói:
- Meu querido Conde, espero que aceite, ainda que um pouco tarde, meus pesares pela passagem de vosso pai, e aproveitando o ensejo, peço-lhe mil desculpas por outrora não tê-lo convidado à ver ao castelo. Mas devo dizer-te também... mas que merda, menino, não tens coisa melhor a fazer em suas folgas além de correr atrás de ... de... AARGH... Mulheres?!
Após ver os trejeitos esbaforidos e fricotices do Herdeiro-Real, Gorgonzola não aguenta e solta uma gostosa risada acompanhada de uma extravagante peido, que prontamente, o amigo Naced tenta, sem sucesso, disfarçar com uma resposta totalmente idiota:
- Pois é, Majestade... tem pessoas que no seu lazer preferem jogar futebol, sinuca, ficarem em botecos enchendo a cara, até mesmo ficarem dormindo o dia inteiro, já eu prefiro me divertir com as donzelas... Enfim, gosto não se discute, não é mesmo? – E termina com um sorriso mais amarelo que cueca com corrimento.
Príncipe Bichop, percebendo a dissimulação da resposta de Naced, e não apreciando a atitude do barão – nem da risada, muito menos do peido –, resolve cutucar os dois à moda Gay Power. Ou seja; o príncipe desceu das tamancas, rodou a baiana e deu um tapa na bunda da pomba-gira e já foi falando:
- O que queres dizer, queridíssimo Naced, é que gosto e igual cú; cada um tem o seu, e olha que de cú eu entendo, e, pelo barulho da carroça, essa ruela já está frouxa e já faz muito tempo, não é, meu caro Barão?
Gorgonzola sem jeito, com a maior cara de tacho por ter levado um esporro do Príncipe, tenta desculpar-se.
- Perdoe-me, Alteza, perdoe-me; eu não sei o que aconteceu, fora muito repentino. Não deu pra segurar o riso e nem tampouco o sopro que saiu por baixo.
O príncipe, que antes sapateava de raiva, agora mais calminha, aceita o pedido de desculpas do Barão, mas não resiste, e faz uma piada do acontecimento:
- Sopro?! Aquilo não fora um sopro, caro Barão; aquilo fora um vendaval, com, direito a trovões e uma rajada de chuva tropical. Se me permites dizer... vá ao toalete e verifique se não houve maiores avarias.
Agora quem está rindo é o príncipe Bichop, por ter por ter desopilado o fígado orgulhoso de si mesmo, por ter feito uma piada tão perspicaz (afinal, naquela época os nobres eram tão sem graça e tão entediosos que mantinham em seus castelos um funcionário de nome Bobo da Corte, que ficava fazendo palhaçadas e contando anedotas, geralmente imbecis e sem graça nenhuma, e toda a Corte caía na gargalhada, muitas vezes sem entender as piadas; eram mesmo patéticos).