segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Cap VIII

Bom... Após ficarem com caras de estúpidos e constrangidos com as broncas e fanfarrice que o Príncipe Bicho lhes dera, mas em Gorgonzola que em Naced, todos acabaram se entendendo e no final ficou tudo bem.
E, obviamente, não puderam evitar que o herdeiro real lhes apresentassem seus amiguinhos, como por exemplo:
Zerjo e sua esposa Dora, Tikeru, Zuddo e a belíssima Pattina, sabendo-se que todos vieram de longínquos lugares para prestigiar o festejo do Reino de Molly Kingdown.
Conde Zerjo de Leváttora e sua digníssima esposa, a condessa Dora Leváttora, vieram da Russiânia, do condado de Levéttora, terra das grandes Árvores.
Duque Tikeru Sent’Anna Vara, da Japônia, país mais ao Oriente; Muitos conhecem pelo cognome patético de “A Terra do Sol Rosado”.
Almirante Zuddo Porp’Icka, da Boyolônia, país báltico, recém descoberto pelo capitão Cristóvão Colomboyolla, o mesmo que descobriu as novas terras da América.
Viscondessa Pattina de Biccu L’Argo, a linda e desejada mulher do país de Botinnone, hoje conhecido como Itália. Apesar de ser lindíssima, ela parece não se interessar muito pelos homens, o que deixou nosso herói muito aborrecido, pois logo após conhecê-la, tentou uma conquista, e qual não foi sua surpresa, quando Pattina lhe disse ao pé-da-orelha que, a fruta que ele tinha não lhe agradava nem o suco, mas fruta que ele gostava, ela lambia até o último caldo. Logicamente, pro bom entendedor, meia palavra basta! E Naced, um tanto sem jeito, sugere ao Barão de Gorgonzola que saiam para tomar um ar fresco, mas Bichop lhes segura dizendo:
- Mas vão sair agora?! Logo agora que eu ia lhe apresentar uma pessoa muito especial.
Carcot, intrigado, e também um tanto suspeitando das intenções de Bicho – pois até então o príncipe herdeiro só lhes apresentara pessoas um tanto, por falta de outra palavra, peculiares -, pergunta ao herdeiro da coroa:
- E quem seria essa personalidade tão especial, Alteza, que gostaria de conhecer um humilde Conde?
Bichop dá uma risadinha enigmática e diz:
- Não posso lhe dizer queridinho, mas posso dizer-te que essa pessoa ficou muito curiosa em saber quem tu eras, pois quando entraste no salão, ela ficou muito empolgada com tua formosura.
Sugismund, percebendo a cara do amigo, e notando uma mistura de curiosidade e aflição que lhe estampava o rosto, dá uma pigarreada e vai ao auxílio do amigo, dando esta desculpa:
- Milord, sei que estás ansioso para apresentar Conde Carcot a ilustríssima persona, mas peço-lhe que deixes para mais adiante, pois, se vós não se incomodares, o conde e eu temos de resolver alguns negócios referentes a trabalho e terras.
Bichop faz uma carinha de triste, faz beicinho, dá uma desmunhecada, põe as mãos na cintura e fala em um tom de chateação:
- Ai, ai, ai, magoei... Homens; sempre conversando de trabalho, negócios, futebol, dinheiro e... BLAGHH! Mulheres! Vocês estão numa festa! Alô Alô! Acordem; vocês estão aqui para se divertirem, não para falarem de negócios!
Gorgonzola e Naced se entreolham, e Naced reforça as desculpas do Barão:
- Sentimos muito, Alteza, mas é uma conversa inadiável. Prometo que, assim que terminarmos, irei prontamente procura-lo para que me apresente à pessoa que deseja me conhecer.
O príncipe, meio a contragosto, aceita as desculpas dos dois, dá um aceninho e dirige-se aos seus convidados, mas, repentinamente, vira-se e diz a Naced:
- Tudo bem, querido, mas assim que terminares a confabulação, me compareça; tenho certeza de que não haverá arrependimento de tua parte!
E retorna novamente aos seus amigos, que o aguardavam alegremente.
Naced solta um suspiro prolongado de alívio e fala ao Barão:
- Agradeço-te, amigo. Eu não sabia como me sair dessa enrascada!
Não precisas agradecer – diz o Barão – amigo é pra essa coisas; mas, como sugeriste a algum tempo, vamos até o terraço pegar um pouco de ar e torcer para que sua Alteza se entretenha e se esqueças de ti.
E Carcot, levantando o olhar para cima, como se fosse apegado aos milagres dos céus, responde:
- Deus te ouça, Barão! Deus te ouça!
E enquanto os dois se encaminhavam ao terraço, Naced se assusta ao olhar pro salão e ver uma estranha figura se requebrando todo, e uma outra, não menos estranha, tentando imitar aquele, também estranho, remelexo. Ele ri e faz uma observação irônica:
- Caraco! O que é aquilo, um gárgula tendo ataque epilético e uma múmia com acesso de cãibras no meio do salão?
O Barão olha na direção do evento indicado por Naced, avalia, e diz ao amigo:
- Ah! Não, meu caro Conde! Aquele “Gárgula” é o coronel Igor Quasiúmido, ele está dançando, e, pelo jeito, está tentando ensinar alguns passos ao pé-de-chumbo do Marquês...
E antes de Gorgonzola terminasse a explicação, Naced o interrompe com o maior ar de surpresa:
- Igor Quasiúmido... Coronel Igor Quasiúmido?! Não é possível... e eu que pensei...
E Naced pára de falar, como se dissesse a si, “e eu que não acreditei em suas palavras”, e dá um leve sorriso como se risse de si mesmo. O Barão, percebendo que Naced estava mais surpreso que antes, pergunta:
- Por um acaso, o amigo conheceu o Coronel Quasiúmido?
E Carcot lhe responde informalmente:
- Sim, conheci. Mas não imaginei que fosses estar aqui na festa, nem tampouco fosses um coronel, mas diga-me, o outro, quem é?
Sugismund, retornando à explicativa, relata ao amigo quem era a tal “múmia” que tentava dançar os passos de Igor:
- Ah! Sim! Aquele pé-de-concreto que está tentando fazer alguns passos de dança, diga-se de passagem, sem sucesso, é o Marquês Jack Michaelson.
E continua o Barão a desmerecer o dançarino que continuava a se esforçar, incansavelmente, a aprender aqueles passos ridículos do corcunda Igor:
- Coitado! Por mais que se esforce, jamais conseguirá se igualar a leveza magistral do Coronel, que, aliás, é o único por essas redondezas que sabe dançar o For All!
Naced se surpreende mais uma vez, e fala num tom de estranhesa:
- For All? Que merda é essa, que nunca ouvi falar?
Agora quem fica surpreso é o Barão, que responde de forma de quem entende:
- Meu caro, For All é um movimente cultural da Paraibânia, em forma de música e dança, que devo dizer-te que predominará o mundo inteiro.
Naced ri, e diz com desdenho ao amigo barão:
- Me desculpe, Barão, mas essa bosta que eu estou vendo, nunca fará sucesso à ponto de predominar o mundo!
Gorgonzola pensa, repensa e fala com certa autoridade:
- Tu verás, tu verás, meu caro conde, tu verás!

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