domingo, 30 de agosto de 2009

Cap V

Enquanto Naced permanecia estático, apreciando a magnitude do palácio real de sua alteza, sem perceber, alguém se aproxima dele, e, com voz amigável e conhecida, lhe pergunta:
- Lindo castelo, não achas, meu caro amigo?
Naced, sendo pego de surpresa, vira-se na direção da voz já reconhecida por ele, e vê à sua frente um velho e honrado amigo da família.
- Barão Sugismund de Gorgonzola, o senhor por aqui?! – E continua Naced, contente por ter encontrado um rosto conhecido – Há quanto tempo, meu caro! Estou surpreso e muito feliz por vê-lo nesta festa!
O Barão, todo sorridente, lhe diz satisfeito:
- E tu achas,caro Conde, que eu e minha esposa iríamos perder um festejo desses? Ainda mais sendo realizado pelo Rei e Rainha de Molly Kingdown; mas nem morto! – E ri de contentamento.
- A sua esposa, a Baronesa Teodora de Gorgonzola, também se encontra por aqui? Onde ela está que não a vejo? – Pergunta Naced.
O Barão Sugismund aponta para um lugar qualquer e lhe responde:
Ela deve estar por ali, no meio desse pessoal todo. Você a conhece, Naced; ela adora se exibir. E no mínimo está se mostrando com seu vestido novo de festa, junto com a tiara e o colar de brilhantes que lhe dei para este evento.
Carcot coloca a mão no ombro do amigo, e lhe fala rindo:
- Tu és mesmo um incorrigível; sempre dando mimos caros à tua esposa...
Gorgonzola ri satisfatoriamente e lhe diz em voz baixa:
- Que ninguém nos ouça, meu caro amigo, mas faço estes tipos de esbanjamentos, mais para irritar o Visconde de Sabugueirosa e sua antipática esposa, a Viscondessa Emellé Kaviscoza. – E continua, com ar vitorioso, a falar o Barão – Tinhas que ter visto, meu caro, quando adentrei o salão, junto com Teodora, a cara do Sabugueirosa; era um espanto só. E Emellé então, quase teve um chilique; se sentiu um trapo! – E riu copiosamente o velho Barão.
Conde Naced, intrigado e com ar de curiosidade, pergunta, então, ao Barão de Gorgonzola:
- Mas pergunto-te, caríssimo amigo, qual o porquê dessas birras com o Visconde e sua esposa?
Sugismund, pegando duas taças de vinho da bandeja do garçom-real que passava ali no momento, e oferecendo uma a Carcot, dá um belo de um gole na bebida e, logo após degustar o vinho, responde:
- Meu querido Carcot, sei bem que teu título de nobreza é superior ao meu, e eu respeito muito, pois sei também que vós me respeitas. Mas ao contrário de ti, o Visconde de Sabugueirosa não respeita ninguém de título inferior ao dele. Apesar de seu título nobiliárquico ser superior ao meu, seus bens não são, pois eu, um simples Barão, tenho em posse mais bens que ele. E ele, sabendo disso, quer sempre se sobrepor através de seu título de nobreza, e junto com ele sua mulher Emellé. E então – continua o Barão -, já que eu, um humilde Barão, não posso opor-me a eles por meios de títulos nobres, simplesmente demonstro meu poder através dos meus gastos luxuosos!
Naced coça cabeça, tentando entender a situação, sem entender muito, é claro, e faz uma pergunta despretensiosa:
- Mas Barão, no que isso tudo lhe ajuda?
Sugismund segura o Conde pelo braço e começam a dar alguns passos pelo salão de festas. O Barão olha para um lado, olha para outro lado, olha para Naced e lhe responde baixinho:
- Não ajuda em porra nenhuma. Mas é ótimo ver as caras de bundas daqueles Filhos da Puta!
E os dois riem como duas crianças que acabaram de fazer uma peraltice.

domingo, 23 de agosto de 2009

Cap. IV

As trombetas soam e a voz potente de um guarda real anuncia:
- Que sejam abertos os portões e que os convidados entrem! A festa de sua majestade de Paul Molly irá se iniciar!
Conde Naced, ao ouvir a notícia do início dos festejos, se despede do corcunda Igor lhe dando tapinhas nas costas. Igor retribui a gentileza lhe dizendo:
- Inté mais, sinhô Conde. Nos veremos logo mais, lá dentro do palaço-real.
Naced dá um leve riso de descrença, mas não diz nada e segue na direção dos portões principais.
**O telespectaleitor deve estar se perguntando: Se o Conde Carcot é tão rico, por que diabos ele foi a pé para a tal festa do rei de Paul Molly?
Eu, então, lhe respondo:
- Ele foi a Molly’s Kingdown em seu magnífico coche, que deixou estacionado um pouco mais adiante, para que, na saída do evento, seu cocheiro não tivesse dificuldades para manobrar o veículo. Convenhamos; após uma festa, imagine o trânsito maluco que não ia ficar. Sem falar que naquela época não existia a história de “se beber não dirija”. Ia ser foda, não é mesmo?
Bom, continuando...
Após passar pelos portões, e ser revistado (para evitar que alguém entrasse com armas ou produtos ilícitos) e ver alguns penetras e pessoas com entradas falsificadas serem decapitadas à base de espadadas – nada fora do comum -, Naced chega finalmente à entrada principal do salão, onde se encontrava uma bela e esplêndida festividade comemorativa. Ele só não sabia o motivo da comemoração, mas descobriria mais tarde...

Logo que ultrapassou a soleira da gigantesca porta, parou no 1º patamar que dava acesso ao saguão, que já estava, nessas alturas do campeonato, lotado de pessoas importantes, que vieram de todos os condados da região.
Carcot não ficou ali parado olhando a gentarada que passeava ostentosas pelo salão, mas sim, imóvel pela magnífica beleza arquitetônica daquele maravilhoso castelo: o teto era levemente abobadado, pintado com figuras da fauna e flora, pilastras estilo greco-romanas sustentando aquele céu de pedras, janelas em estilo gótico, lustres na estética New Dark, armaduras de enfeite rodeavam o salão num leve estilo Heavy Metal, e, numa das paredes, o escudo da família real, que com orgulho, mostrava-se logo acima dele um soberbo e suntuoso par de chifres. No escudo as seguintes palavras (em um suposto latim): “Sois, ma quén non és?”.
A tradução mais próxima que Naced conseguiu chegar seria “Sou, mas quem não é?”. Nobres palavras de um nobre homem! - Pensou o conde, esboçando um sorriso malicioso e, ao mesmo tempo, enigmático.

domingo, 16 de agosto de 2009

Cap III - A Festa em Molly's Kingdown

No capítulo anterior o telespectaleitor se lembra que dissemos que Tom Cruise se inpirou em conde Carcot para seu personagem no filme "Entrevista com o Vampiro" ...
Continuando de onde paramos...
Minutos antes dos portões principais do castelo se abrirem para a entrada dos convidados, conde Naced Carcot estava num boteco do vilarejo, tomando uma bebida local de nome estranha, Whiskachaça, que era misturada com açúcar, limão, erva de cânhamo e servida em um copo sujo. Muitos dizem que o copo sujo era o que dava o sabor especial ao drink. Naced estava degustando aquela saborosa bebida quando do nada surge em sua frente um mendigo. Bom, pelo menos era o que parecia ser... Um homem mal vestido, baixo, com um olho esbugalhado, bem calvo e com uma corcunda bastante protuberante, além de um sotaque - por falta de outra palavra - peculiar. Ele se aproxima de Carcot e diz:
- Com sua licença, meu sinhô. Eu tava a ti oiá e pensei... acho que esse moço gostaria di entrá no castelo pra modi apreciá a festa que a sua arteza di Paul Molly tá oferecendo. Então, gostaria di sabê si o sinhô num gostaria di cumpra um cunviti di mim. Sabe cumé? Fui cunvidado, mas, por mutivos di força maió, não poderei...
E antes que o pobre homem terminasse, Naced o interrompe com ar austero e olhar aborrecido e diz:
- Meu caro senhor, como ousas tentar cambiar um convite de sua majestade? E logo com a minha pessoa? Eu, conde Naced Carcot, nunca faria tal negócio, ainda mais com um... um... um homem de sua posicão! Vê-se logo que não se passa de um logro, um convite falsificado!
Naced, sem mais palavras, vira-lhe as costas bruscamente.
O corcunda, meio sem graça, então fala:
- Mi disculpe meu rei, eu só queria um dinheirim pra tomá um negocim.
O conde, nesse instante, vira-se novamente para o maltrapilho, agora com um olhar mais brando. Carcot, que apesar de ser da alta sociedade, tinha um bom coração e diz ao homem:
- Não sejas por isso, meu bom homem, beba uma dose. Só tens uma coisa... eu já lhe disse, sou um conde não um rei.
- Ah, eu sei disso sim sinhô - Respondeu o corcunda e ainda continuou - é que na minha terra, de ondi venho, nóis fala assim, é um modo de bom tratamento com os hómi nobre, num sabi?
- É mesmo? - Pergunta intrigado o conde Naced - E de onde viestes, ó, nobre corcunda?
O corcunda, virando o copo de bebida e limpando os lábios na manga da camisa, olha para naced e lhe responde:
- Eu, meu rei? - Continua - eu venho das distantis terras da Paraibânia, duma cidadizinha chamada Putzkipariosville, já ouviu falar?
O conde Carcot põe a mão no queixo, levanta uma das sobrancelhas, faz um esforço para lembrar-se de algum fato. De repente sua face brilha com um sorriso de boa lembrança e diz aos risos:
- Mas é claro, meu caro! Paraibânia, terra dos paraibaneses, os famosos guerreiros cabeças-chatas! Como pude me esquecer? Nunca fui para aqueles lados, mas há pouco tempo estive nas terras mais ao norte, Bahianaland. Estive eu em visita ao grande Lord de Good End - E continuou ele, ainda com um sorriso nos lábios - Terra maravilhosa, caro corcunda, os bahianeses são muito hospitaleiros, e as bahianesas então, huummm! - E faz uma cara de sem-vergonha e diz com voz baixa e maliciosa - São muito gostosas - E ri copiosamente.
- Agora entendi o porquê desse sotaquezinho horrível que vós tens. Mas digas caro amigo, qual teu nome?
- O meu nomi, sinhô? - Sorve mais um gole da bebida e estala os beiços enquanto diz - Meu nómi é Igor... Igor Quasiúmido, sinhô, seu servo.
Um olha para o outro e, como já se conhecessem a muito tempo, riem satisfeitosamente e brindam como se comemorassem uma longa e duradoura amizade.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Capítulo II

5 dias antes do ocorrido...

Um grande festejo estava para se realizar na maravilhosa cidade de Molly Kingdown, na não menos maravilhosa Inglaterra.

O lindo castelo estava já pronto com enfeites, plumas, paetês e outras frescuras, detalhado com muito esmero pelo príncipe Bichop, filho do monarca Cornelius Paul Molly: o grande rei coração de frango, como era conhecido pela plebe local.

A linda rainha quarentona, não se agüentava de tanta felicidade, afinal a (mileide) Rainha Broockceta de Shoshotville, iria receber no castelo – de volta após anos fora, por motivos educacionais – sua filha, a bela donzela princesa Florisbunda de Bigass, além, é claro, de convidados ilustres (e lindos), como Duques, Barões, Condes e, infelizmente, a velharada do clero (salvo aquele coroinha lindo de 17 anos, ao qual ela já havia lhe passado o beiço, pensava a Rainha, já com sua Shoshotville toda molhada).

Mas... vamos mais adiante.

Horas antes de começar a grande festa, começou a apinhar de gente do lado de fora dos portões principais; pessoas influentes em suas carruagens luxuosas, valetes montados em seus corcéis majestosos, ônibus lotados de gente achando que era o jogo do Coringas, bicheiros, cambistas, vendedores de tudo que era porcaria, e, entre toda essa multidão estava o mais belo moço de todos os reinos juntos, o jovem , Conde Naced Carcot, herdeiro e todo poderoso, das longínquas terras de Tea Pay Gay d’Quattro; tais terras conhecidas por suas belezas naturais e o grande cultivo de chá, ao qual fez com que a família Carcot enriquecesse.

Agora imagine a beleza desse jovem conde: um rapaz de 1,78 de altura, ombros largos, esguio, cabelo castanho claro, longo e cacheado, pele branca, olhos verdes, lábios carnudos, levemente rosados. Enfim, um moço charmoso e de uma educação – por falta de outra palavra – peculiar.

Bom... Seria, para todos os efeitos, uma bichona, mas não se engane, ele é o pegador dessa história.

Obs.: Dizem as más línguas que Tom Cruise se inspirou nele ao representar o personagem Lestat, do filme “Entrevista com o vampiro” (aliás, um ótimo filme. Recomendamos).

Por enquanto é só, pessoal. Não percam o próximo capítulo.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Capítulo I

Em 1622, numa sombria noite de inverno, o grande navio do capitão Jack Jones atracava no porto de Mozkonnóvya.
O temível capitão era famoso por arrancar olhos e cortar línguas de homens que lhe serviam como marujos, assim, fazendo com que eles pudessem apenas trabalhar, sem ver ou contar as falcatruas do capitão.
Ele trazia em seu navio um carregamento de mandiocas africanas para vender na pacata e pequena cidade de Mozkonnóvya. Porém, nesta viagem, ele trazia também uma mercadoria especial, a pedido do Rei.
- Marujos!- Gritava o capitão - Descarreguem toda essa mandioca, quero ver tudo isso no continente quando eu voltar.
E então rumou para o bar.
Os marujos cegos, ao descarregarem os sacos de mandioca, acabaram colocando alguns sacos sobre uma grande caixa que estava bem ao fundo do porão. Com o peso, a madeira podre da tampa da caixa não resistiu e cedeu, fazendo com que tudo caísse para dentro.
Os marujos não podiam falar, mas com certeza pensaram: - Fodeu!
Em um instante, o conteúdo da caixa pôs-se de pé e assombrou-os, sem que esses pudessem ver ou gritar por socorro.
Todos morreram. Renascia o Conde Naced "Drácula" Carcot.