domingo, 23 de agosto de 2009

Cap. IV

As trombetas soam e a voz potente de um guarda real anuncia:
- Que sejam abertos os portões e que os convidados entrem! A festa de sua majestade de Paul Molly irá se iniciar!
Conde Naced, ao ouvir a notícia do início dos festejos, se despede do corcunda Igor lhe dando tapinhas nas costas. Igor retribui a gentileza lhe dizendo:
- Inté mais, sinhô Conde. Nos veremos logo mais, lá dentro do palaço-real.
Naced dá um leve riso de descrença, mas não diz nada e segue na direção dos portões principais.
**O telespectaleitor deve estar se perguntando: Se o Conde Carcot é tão rico, por que diabos ele foi a pé para a tal festa do rei de Paul Molly?
Eu, então, lhe respondo:
- Ele foi a Molly’s Kingdown em seu magnífico coche, que deixou estacionado um pouco mais adiante, para que, na saída do evento, seu cocheiro não tivesse dificuldades para manobrar o veículo. Convenhamos; após uma festa, imagine o trânsito maluco que não ia ficar. Sem falar que naquela época não existia a história de “se beber não dirija”. Ia ser foda, não é mesmo?
Bom, continuando...
Após passar pelos portões, e ser revistado (para evitar que alguém entrasse com armas ou produtos ilícitos) e ver alguns penetras e pessoas com entradas falsificadas serem decapitadas à base de espadadas – nada fora do comum -, Naced chega finalmente à entrada principal do salão, onde se encontrava uma bela e esplêndida festividade comemorativa. Ele só não sabia o motivo da comemoração, mas descobriria mais tarde...

Logo que ultrapassou a soleira da gigantesca porta, parou no 1º patamar que dava acesso ao saguão, que já estava, nessas alturas do campeonato, lotado de pessoas importantes, que vieram de todos os condados da região.
Carcot não ficou ali parado olhando a gentarada que passeava ostentosas pelo salão, mas sim, imóvel pela magnífica beleza arquitetônica daquele maravilhoso castelo: o teto era levemente abobadado, pintado com figuras da fauna e flora, pilastras estilo greco-romanas sustentando aquele céu de pedras, janelas em estilo gótico, lustres na estética New Dark, armaduras de enfeite rodeavam o salão num leve estilo Heavy Metal, e, numa das paredes, o escudo da família real, que com orgulho, mostrava-se logo acima dele um soberbo e suntuoso par de chifres. No escudo as seguintes palavras (em um suposto latim): “Sois, ma quén non és?”.
A tradução mais próxima que Naced conseguiu chegar seria “Sou, mas quem não é?”. Nobres palavras de um nobre homem! - Pensou o conde, esboçando um sorriso malicioso e, ao mesmo tempo, enigmático.

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