domingo, 16 de agosto de 2009

Cap III - A Festa em Molly's Kingdown

No capítulo anterior o telespectaleitor se lembra que dissemos que Tom Cruise se inpirou em conde Carcot para seu personagem no filme "Entrevista com o Vampiro" ...
Continuando de onde paramos...
Minutos antes dos portões principais do castelo se abrirem para a entrada dos convidados, conde Naced Carcot estava num boteco do vilarejo, tomando uma bebida local de nome estranha, Whiskachaça, que era misturada com açúcar, limão, erva de cânhamo e servida em um copo sujo. Muitos dizem que o copo sujo era o que dava o sabor especial ao drink. Naced estava degustando aquela saborosa bebida quando do nada surge em sua frente um mendigo. Bom, pelo menos era o que parecia ser... Um homem mal vestido, baixo, com um olho esbugalhado, bem calvo e com uma corcunda bastante protuberante, além de um sotaque - por falta de outra palavra - peculiar. Ele se aproxima de Carcot e diz:
- Com sua licença, meu sinhô. Eu tava a ti oiá e pensei... acho que esse moço gostaria di entrá no castelo pra modi apreciá a festa que a sua arteza di Paul Molly tá oferecendo. Então, gostaria di sabê si o sinhô num gostaria di cumpra um cunviti di mim. Sabe cumé? Fui cunvidado, mas, por mutivos di força maió, não poderei...
E antes que o pobre homem terminasse, Naced o interrompe com ar austero e olhar aborrecido e diz:
- Meu caro senhor, como ousas tentar cambiar um convite de sua majestade? E logo com a minha pessoa? Eu, conde Naced Carcot, nunca faria tal negócio, ainda mais com um... um... um homem de sua posicão! Vê-se logo que não se passa de um logro, um convite falsificado!
Naced, sem mais palavras, vira-lhe as costas bruscamente.
O corcunda, meio sem graça, então fala:
- Mi disculpe meu rei, eu só queria um dinheirim pra tomá um negocim.
O conde, nesse instante, vira-se novamente para o maltrapilho, agora com um olhar mais brando. Carcot, que apesar de ser da alta sociedade, tinha um bom coração e diz ao homem:
- Não sejas por isso, meu bom homem, beba uma dose. Só tens uma coisa... eu já lhe disse, sou um conde não um rei.
- Ah, eu sei disso sim sinhô - Respondeu o corcunda e ainda continuou - é que na minha terra, de ondi venho, nóis fala assim, é um modo de bom tratamento com os hómi nobre, num sabi?
- É mesmo? - Pergunta intrigado o conde Naced - E de onde viestes, ó, nobre corcunda?
O corcunda, virando o copo de bebida e limpando os lábios na manga da camisa, olha para naced e lhe responde:
- Eu, meu rei? - Continua - eu venho das distantis terras da Paraibânia, duma cidadizinha chamada Putzkipariosville, já ouviu falar?
O conde Carcot põe a mão no queixo, levanta uma das sobrancelhas, faz um esforço para lembrar-se de algum fato. De repente sua face brilha com um sorriso de boa lembrança e diz aos risos:
- Mas é claro, meu caro! Paraibânia, terra dos paraibaneses, os famosos guerreiros cabeças-chatas! Como pude me esquecer? Nunca fui para aqueles lados, mas há pouco tempo estive nas terras mais ao norte, Bahianaland. Estive eu em visita ao grande Lord de Good End - E continuou ele, ainda com um sorriso nos lábios - Terra maravilhosa, caro corcunda, os bahianeses são muito hospitaleiros, e as bahianesas então, huummm! - E faz uma cara de sem-vergonha e diz com voz baixa e maliciosa - São muito gostosas - E ri copiosamente.
- Agora entendi o porquê desse sotaquezinho horrível que vós tens. Mas digas caro amigo, qual teu nome?
- O meu nomi, sinhô? - Sorve mais um gole da bebida e estala os beiços enquanto diz - Meu nómi é Igor... Igor Quasiúmido, sinhô, seu servo.
Um olha para o outro e, como já se conhecessem a muito tempo, riem satisfeitosamente e brindam como se comemorassem uma longa e duradoura amizade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário